A Casa Do Português
Para Um Amante de Casa Antiga e Residente de Fortaleza, é claro que eu não poderia deixar de falar da Casa do Português, quem hoje passa por ela e vê o estado degradante que se encontra hoje, na data que estou fazendo essa postagem (12/12/2020), Não imagina Como tão tão belo e imponente já foi aquele imóvel nos tempos áureos de Sua Inauguração, A foto a Seguir Mostra a Inauguração da Boite Portuguesa
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Foto de Junho de 1962 Inauguração da Boite Portuguesa - Foto: Acervo Nirez |
As obras para erguer a construção começaram no final da década de 1940 e acabaram no dia 13 de junho de 1953, data de inauguração do casarão, que inicialmente foi batizado de Vila Santo Antônio, E a placa com esse nome continua lá até hoje. O prédio popularizou-se mesmo como Casa do Português. Ponto de Referência para quem passa pelo loca
inauguração de 1953
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Fonte: Anuário do Ceará 1953/1954 |
A Casa do Português é uma casa localizada na Avenida João Pessoa (Av. João Pessoa, 5094 - Damas) em Fortaleza tombado em 2012 como patrimônio histórico da cidade. Construída em 13 de junho de 1953 pelo pelo fazendeiro e comerciante português José Maria Cardoso um rico comerciante português, dono de madeireira fornecedora de lenha para a Light e para os trens da RVC (Rede de Viação Cearense). Por mais que a família crescesse, jamais ocupou todos os espaços do casarão e isso entristecia o proprietário.
Ele Foi Muito Além do Seu Tempo, Muitas Pessoas Poderiam até achar até impossível alguém fazer uma rampa a ponto de levar seu carro até o quarto, mas hoje no ano de 2020, vemos apartamentos de luxo com elevadores para carro, isso mesmo alguns podem achar estranho e até Criticar, mas não podemos negar que ele foi visionário, enquanto alguns achavam uma loucura, ele via uma oportunidade
Em 1930, no dia 10 de novembro, chegou em Fortaleza o novo Ministro da Viação, general Juarez do Nascimento Fernandes Távora (Juarez Távora), acompanhado de José Américo de Almeida e do coronel Joaquim Magalhães Cardoso Barata (Magalhães Barata), em hidroavião Dornie Wall, pilotado pelo comandante Djalma Petit, que desceu na Barra do Ceará, onde havia o hidro porto. Todos que vinham a Fortaleza tinham que descer no Rio Ceará. No dia seguinte as autoridades que chegaram posaram.
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Foto: Acervo Nirez |
No decorrer dos anos 1960, José Maria Cardoso morou, junto com a família, em um dos pavimentos da casa, alugando os demais para o empresário Paulo de Tarso, que instalou a Boate Portuguesa. Em 1966, quando José Cardoso morreu, outros pisos passaram a ser ocupados pela Boate Portuguesa. A Associação Nordestina de Crédito e Assistência Rural (Ancar) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) também chegaram a funcionar na edificação, entre 1965 e 1984.
“A arquitetura da Casa do Português baseia-se no universo “kitsch”, como expressão material e cultural de uma classe social emergente, recém enriquecida e ávida por ostentação. Suas linhas evocam a força das estruturas de concreto, o romântico do ‘mission style’ californiano das arcadas e o idílico das longas pontes e passarelas, algo muito distante da arquitetura elaborada pelos pioneiros modernistas cearenses de então”, explica Romeu Duarte, professor de Arquitetura da UFC.
A casa de três andares (com 11 quartos e três banheiros apenas no primeiro deles), com uma rampa para automóveis que circunda sua robusta estrutura em concreto armado, chamou a atenção da população fortalezense desde sua inauguração em 1950. Comentava-se sobre a imensidão da casa construída Mas o que principalmente provocava o burburinho era a arquitetura inusitada para a época, que a fez figurar em cartões postais da cidade na década de 1960 e se transformar numa referência arquitetônica de Fortaleza.
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Foto: Cidade, Saudade - Fortaleza Anos 70 |
Em 1994, a Casa do Português foi posta à venda, depois do frustrado leilão de dez anos antes no qual os herdeiros tentaram vende-la por 4 bilhões de cruzeiros, a esposa de um dos netos do comerciantes português José Maria Cardoso chegou a falar à reportagem do O POVO que as intenções dos compradores eram a de estabelecer um museu de arte no lugar Mais recentemente, em 2005, os arquitetos Napoleão Ferreira e Mário Roque chegaram a apresentar projeto para transforma-la em um centro cultural dedicado à cultura portuguesa – o que poderia muito honrar o falecido português, que, dizem, construiu a casa em homenagem à esposa e ao país natal, mas a ideia não saiu do papel.
Se não fosse pela sua fachada branca, a casa do português não guarda mais nada das excentricidades de um "velho" português, que ficou para sempre na lembrança das pessoas como alguém que criou uma casa imensa e que ajudou a popularizar o bairro, com sua arquitetura folclórica e suas histórias quase infantis de um português vestido sempre de CAQUI, que presenteou a cidade com uma obra do tamanho do amor por ela. O povo conta que ele se vestia de forma simples, mas usava um anel de ouro com um imenso brilhante, no seu dedo anular. Humilde, o seu lugar preferido em todo o Palacete eram os bancos de madeira, na gigantesca área, onde, muitas vezes, foi confundido como o "CASEIRO". Ainda segundo o povo, usava bengala e fumava charuto, adorava bichos, criava gatos, possuía uma vacaria vizinho à casa e um imenso canil. Preferiu por toda a sua vida o fogão à lenha. Não era ligado à política, tinha hábitos regulares e frequentava diariamente a farmácia Magalhães, na Coronel Bezerril, onde Lia jornais e revia os amigos.
Vamos Falar da Área interna, sei que você estava esperando por esse momento também, a ampla área interna foi fotos de 15 de novembro de 2016. Por Renato Pires:
Casa do Português, registro feito na década de 80. Vê-se também os carros da época. No local funcionou a EMATERCE.
Bibliografia
Fonte: O Povo
Fonte: Acervo Nirez
Fonte: Anuário do Ceará 1953/1954
Fonte: Renato Pires
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